Ele vivia sempre atarefado sem tempo para fazer nada; Na maioria das vezes estava sempre cansado e sem paciência para coisa alguma. Ela, diferentemente, vivia saltitante pelos caminhos mais floridos e felizes que se podia achar na terra do Nunca.
Certo dia, porém, José decidiu fazer outro caminho. Cansado da sua rotina, quis observar um pássaro diferente que cantava em alguma árvore por perto. Por obra do destino, do acaso, do cosmo, seja lá o que for que o leitor queira imaginar, Maria estava sentada perto da árvore onde cantava o pássaro que José procurava, e quando ele se aproximou dela aconteceu o esperado. Não, caro leitor. Ele não se apaixonou por ela à primeira vista. Ele disse 'oi' e continuou seu caminho com a cara fechada de sempre. Já Maria, ah sim, Maria quando bateu seus olhos em José, ficou sem saber o que dizer e ouviu àquele 'oi' sem conseguir responder nada. Ela havia se apaixonado por um coração que, não sabia ela, mas traria algum sofrimento.
Passaram-se os dias e para José nada havia mudado. Entretanto, ele é quem não havia percebido que agora passava pelo caminho em que Maria estava todos os dias. Ela percebeu, pois ele não costumava passar por caminhos felizes. Mas, inconscientemente, as coisas foram mudando e José das Dores começou a abrir um sorriso para Maria dos Amores sempre que passava por ela. Foi o suficiente. Ela começou a conversar com ele durante o tempo em que ele passava pela Estrada da Alegria. O tempo foi passando e, de estranhos, passaram a amigos. José das Dores nunca teve um amigo, e logo que pode se declarou apaixonado por Maria. (E todos nós sabemos que isso não poderia dar certo, afinal ele nunca tinha se apaixonado e muito menos sabia o que era amar alguém.) Ela entregou seu coração completamente, porém, quando o tempo passou José percebeu que aquele sorriso que apareceu em seu rosto quando ele conheceu Maria, poderia fazer com que as pessoas gostassem dele. E José abandonou Maria.
Então, ela saiu da Estrada da Alegria e de todos os caminhos floridos e começou a passar pelos mesmos lugares em que José andava antes. Tristes, cinzas e frios. Lugares como o Bairro Solidão, por exemplo. José percebeu que as amizades que conseguiu não eram como a de Maria e resolveu voltar. Encontrou-a completamente diferente e com raiva dele. Tentou se aproximar e, aos poucos, conseguiu reconquistar a confiança dela. Agora José sabia que em nenhum outro lugar poderia encontrar alguém como Maria; Que o amasse mesmo sabendo de seus tantos defeitos e infelicidades. Ele, então, decidiu que mudaria para sempre. Mas não apenas por mudar. Mudaria por ela. Mudaria por Maria, pois ela havia mudado a vida dele.
Ele decidiu então dizer: 'Maria, eu te amo!' e ela surpresa, sem saber o que pensar daquilo disse: 'Não, José. Você só está confuso. Você não sabe o que é isso.'
Como Maria poderia dizer algo assim? Só ela sabe o quanto sofreu por ter ouvido antes a mesma coisa. Ela não podia entregar-se outra vez e depois ser abandonada como já havia sido. José muitas vezes falou da boca para fora, e em todas elas fez Maria acreditar. Agora que ele havia decidido mudar seu jeito, seus caminhos, seus sonhos e vontades para fazer Maria feliz, ela já estava cansada. E como qualquer outra Maria dos Amores que se apaixona por um José das Dores, ela já não sabia amar. Ela ainda frequentava os caminhos alegres e coloridos do amor, mas hora ou outra, se perdia pelo Bairro Solidão.
Maria nunca mais foi a mesma para os Amores. José passou a experimentar na pele o significado de seu sobrenome.
2 comentários:
???????Termina assim, tão triste? Ah, não, tem que ter outro final, por favor, por favor, por favor...
hehehe, é só um texto senhor anônimo =)mas, assim como na vida, às vezes o final não é do jeito que deveria :/ beijo.
Postar um comentário
Gostou? Comente e compartilhe com alguém!