O que realmente vale a pena?
Certas coisas ninguém pode explicar. Escolhas feitas, e que ninguém entende. O amor, a dor, o ódio, sentimentos tão diferentes e, ao mesmo tempo, separados por linhas tão tênues que mal conseguimos entender a nós mesmos. Ao nosso coração.
E então percebe-se que de tudo o que passou algo ficou marcado na memória, na história, no jeito como sorri, no peito. Não dá para suportar a saudade que consome nesse instante, e o choro é inevitável. As lembranças são trazidas à tona pelo rio que flui da alma e jorra pelos olhos. Como criança, em desalento, não há o que fazer, o melhor agora é esperar os soluços estancarem, com calma, as feridas recém abertas do coração.
Depois de um tempo, acostuma-se com a dor, com o choro e a tristeza. Ainda assim, continua sendo impossível entender as escolhas, os receios, as convicções, as falas, os gestos, as feições que conduziram nossa vida até aqui. São marcas eternas, muitas vezes demoradas a cicatrizar. E talvez por isso sejam tão doloridas.
Contudo, não se pode deixar de pensar em um dia voltar, mudar o que foi feito, tomar pela mão a pessoa amada e levá-la, guardá-la, cuidá-la, amá-la, protegê-la. Dizer tudo o que deveria ser dito, viver ao lado dela para sempre. Infelizmente, não há mais tempo. Infelizmente, você desperdiçou os momentos mais preciosos da sua vida, e só mais tarde você descobriria isso. Tarde demais. Horas passaram, dias e semanas desperdiçados com trabalho e egoísmo. Agora aquele sorriso que te confortava já não está mais aqui, a mão macia e carinhosa já não desliza por seus cabelos, a voz mais doce que já se ouviu não pode mais dizer que te ama. Agora tudo o que te restou foram memórias e dor, a angústia, o remorso. Não há paz.
Espero realmente, que isso não aconteça. Torço esperançosamente para que você seja tocado. Valorize quem está ao seu lado, nós sabemos que nada somos além de passageiros nesta terra. Até quando trocaremos nossos amados por bens materiais, por dinheiro, fama, glória, ou qualquer outra coisa? Se vivermos assim, quando olharmos para o relógio do tempo, corremos o risco de perceber que o mais importante se foi, e só restou a solidão. Vale a pena?
João Vitor
Não é aficcionado por literatura, muito menos leitor assíduo de ninguém. Escreve poesia desde que aprendeu a unir palavras, mesmo que a maioria delas seja sobre o amor e suas desilusões, também gosta de guardar memórias da vida cotidiana. Não espera muita coisa de ninguém, afinal, isso é perda de tempo. E tempo é poesia. Fã de video-games e seriados, ama comida japonesa, mas não abre mão de um bom churrasco com os amigos. ''Escrever faz parte da vida, a arte de traduzir um turbilhão de pensamentos em algumas palavras truncadas, fazendo uma rima bonita.''
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